quarta-feira, 26 de novembro de 2008

ARENA DA MORTE – ritual para cura da frigidez


Já caíam aquelas fagulhas que se pareciam com miniaturas de meteoritos incandescentes, mas essas como sempre eram resultantes de uma erupção vulcânica. E o olhar do ancião Doxtus (nos seus 101 anos de idade) contemplava à distância enquanto ele imaginava sua filha Sênskiti comandando mais uma multidão de aprendizes naquele ritual que acontecia perigosamente próximo ao vulcão.

Os deuses colocaram outra vez aquela família no olho do furacão de mudanças necessárias à raça humana. E, realmente, graças à intervenção de sua filha, aquela geração se curava pouco a pouco do terrível surto coletivo de frigidez feminina.Tribos supersticiosas haviam criado a ilusão coletiva de que o sexo deveria ser apenas para procriação, ofuscando desde então a luz tântrica e provocando o desinteresse generalizado de algumas mulheres por causa principalmente de possessões brutais em cativeiro.



Providencialmente, a deusa Kundalini havia aparecido em visões à jovem guerreira Sênskiti.

O resultado foi a revelação do espantoso ritual conhecido como Arena da Morte.

Pela primeira vez, agora, a maneira como acontecia essa cerimônia - tantricamente estimulante - é divulgada ao público leigo, por tanto bem que fez às gerações posteriores e pelas comprovadas repercussões nos nossos dias.
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A bela Sênskiti havia sido escolhida em razão de seu poder extraordinário sobre outras mulheres, cujos desejos ela conseguia incendiar, criando incríveis disputas de resistência física, nas quais duas mulheres se engalfinhavam e se tocavam buscando zonas erógenas, cada uma em sua adversária, numa modalidade de toque em que somente os instrumentos do olfato e do paladar eram válidos para despertar reações recíprocas de volúpias em qualquer dentre as duas fêmeas “guerreiras”. As mãos deviam sempre ficar posicionadas para trás, com dedos entrecruzados, considerando-se apenas o nariz ou a língua como instrumento de “ataque”. De fato, era uma busca por achar o ponto estimulante necessário a uma reação da adversária que fosse o suficiente para que ela se sentisse compelida à possessão sexual da outra. Isso significava submissão e escravidão para aquela que fosse a primeira invadida pelo desejo. Não era permitido, então, que prosseguisse na disputa a primeira que fosse possuída pela fúria tântrica e tentasse satisfazer seu desejo após um “combate” que geralmente acontecia com seus corpos rolando perigosamente à beira de uma plataforma ligeiramente elevada em relação ao nível do solo onde corria rescaldo de lava vulcânica capaz de desfigurar quem ali caísse
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Observe-se bem que esse perigo obrigava-as a se manter no centro da pequena área, pois o instinto de preservação as mantinha cada vez mais suadas buscando “uma o corpo da outra”, enquanto durasse uma gelatinosa resina especial aplicada sobre suas peles antes das lutas (que tinha sabor e frescor semelhantes ao que seria hoje uma bala de menta e servia de proteção contra o calor por até o máximo de duas horas). A platéia ao redor mantinha um silêncio reverente durante todo o ritual, o que permitia que valessem como pontos os gemidos ofegantes que aconteciam quando uma das competidoras era invadida finalmente pelos sintomas do desejo.

Um momento tornava-se complicado em algumas daquelas sessões primitivamente tidas como terapêuticas. Sim, porque uma situação de contágio da libido às vezes tomava conta de alguma competidora que aguardava ainda sua vez. Nesse caso, tal descuidada mulher era desclassificada antecipadamente e não era raro que se formasse um tumulto tão incontrolável a ponto de algumas lamentáveis perdas acontecerem ao caírem mulheres dentro dos fluxos de lava logo abaixo da plataforma de combate. Essa era a principal razão para que esse ritual tenha sido chamado de Arena da Morte.

Àquela mulher que passasse pelas eliminatórias seria permitido chegar ao ponto culminante, mas não sem que primeiro enfrentasse a própria Sênskiti. E era esse o último desafio antes da premiação, que consistia em ter seus talentos explorados pelo guerreiro tântrico conhecido como Thomptus, o primeiro mestre da técnica Zenfiron Fartis – o sopro sibilante.

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Meu irmão, minha irmã. A frigidez é uma ilusão alimentada por teorias freudianas.

Tenham em mente que o tátil e o psicológico estão apenas provisoriamente em campos distintos do sentir.

Em linguagem de tantrismo dialético dizemos que tudo está à distância de um sopro.

O bafejo benéfico amentolado depende de quem cativa e de quem é cativado.

Mas a Lei Universal da Revolução Voluptuosa de Corpos garante que Respiração é Ação, sendo necessário apurar os instrumentos que canalizam a sinergia tântrica.

Eis a seguir a ritmação tântrica revelada:

- “respiro, saboreio, possuo”.


O segredo para curar a frigidez, sem Freud, é quando você se permite inverter a ordem dos dois primeiros (respiro/saboreio...saboreio/respiro) mas evita começar do último (o “possuo”).
Porque, em termos tântricos, quem começa sempre com esse último pode até estar preparado para a reprodução... mas sua produção tântrica poderá ficar condicionada aos jogos das marés e corre o risco de morrer na praia.

Agora... vá, respire, saboreie e incandesça!!!

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