quinta-feira, 16 de outubro de 2008

As Hortifrutis - Enxergando o Fenômeno


Nunca atire pedras nos frutos suculentos pendentes das belas árvores. Descubra o proveito da colheita cautelosa e de uma degustação cuidadosa, de modo a preservar-lhes o sabor.

Jamais condene aquilo que salta aos olhos e pede para ser tocado – no corpo de uma mulher – como se desafiasse você a saber exercer a aproximação e o toque sem surtos.

Meu irmão ou minha irmã, para mero efeito de raciocínio, escolha entre as seguintes opções quanto àquilo que em sua opinião valeria mais:

1) um par de olhos arregalados fitando curvilíneas e estonteantes formas exibidas por um corpo, cuja possuidora o faz desfilar generosamente com intenção meramente profissional para as lentes do fotógrafo ou cinegrafista;

2) um par de olhos de um cirurgião plástico fitando o mesmo fenômeno acima mencionado, mas com finalidade de revisar se algumas próteses de silicone estariam bem firmes no lugar.

A resposta que provavelmente veio à sua mente é que se você não estiver envolvido como sendo o observador nem (você, minha irmã) a observada... anula-se a questão, não é verdade?
Qual é então o peso de uma mulher-hortifruti – em qualquer das alardeadas versões: melancia, melão, abacaxi, pêra, uva, maçã, salada mista – e suas congêneres, no contexto tântrico-dialético defendido pela Hector Hereeye Foundation?


Neste ponto, meu irmão ou minha irmã, um pensamento certamente relampeja em sua mente.

- “A proteína do amor tântrico seria proporcional à fartura de tudo o que “enche os olhos” e até mesmo do que seja abundante ao toque?”

Considere o corpo feminino, em suas curvas que se insinuam com maior ou menor encanto, ou com os seus cheiros realçados pelos aromas de perfumaria e cosméticos.

O poeta não vê a poesia. Ele vê a musa. E é dela que surgem as redondilhas maiores ou menores, que fluem através dele.

Na verdade, o poeta em transe verte sentimentos em versos. A musa não pertence ao ideal do poeta, pois ela pode ser em um instante uma fêmea de fartos e superabundantes atributos e em outro momento ser delgada e sensualmente delicada.
Desta forma, minha irmã, nunca diga: “esta fruta não serei”.



Quanto a você, meu irmão, nós “magos do tantrismo” jamais dizemos: “desta fruta não comerei”.
Nós, do tantrismo esclarecido, sempre nos baseamos em relatos considerados apenas lendas e que traduzem lições. Um exemplo disso é aquele que descreve Doxtus sendo salvo de uma queda livre à beira de um penhasco, tendo escapado por obra do reflexo que o fez dependurar-se agarrando fortemente os seios já flácidos da bela Mizfen e isso fazendo com que escapasse de morte certa.

Também há o relato sobre uma cunhada dessa pioneira do tantrismo, a qual também livrou o guerreiro Doxtus de ser atingido por um soco desferido por um inimigo maior e mais forte no momento em que ela se interpôs entre o punho do agressor e o queixo do cunhado, simplesmente suportando o choque com seus fartos seios.

Portanto, você agora já deve ter compreendido.

Vamos repetir, para uma melhor assimilação, porque você certamente já está percebendo essa verdade sutil.

- “A musa não pertence ao ideal do poeta, pois ela pode ser em um instante uma fêmea de fartos e superabundantes atributos e em outro momento ser delgada e sensualmente delicada”.

Simples assim!

No tantrismo esclarecido, nós somos aqueles que não fazemos perguntas do tipo: “é silicone?”...(!!!)

E não nos guiamos por um padrão que não seja o do desejo, o qual pode vir de qualquer das várias dimensões do prazer. Isso significa que uma peregrina pode estar apta para exercer todo o seu fascínio, tendo adquirido o mestrado ou doutorado em uma de nossas filiais da Hector Hereeye Foundation.

Portanto, de agora por diante, você está preparado (e você, minha irmã, está preparada) para seguir sua jornada com todas as metades da laranja em cada uma das safras que se iniciarem.

Agora, vá e não escolha.

Apenas, colha!

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