Como
trilheiro espiritual, vos digo: “O desespero da
sede, no deserto, faz copo de mijo parecer água”. Originalmente atribuída à
Ghandi, este profundo pensamento cármico dicotômico tem profundas raízes no
budismo oriental, praticado nos altos picos dos montes nevados de Aspen. Em minhas
peregrinações, quando ainda me orientava pelo mundo esotérico oportunista, tive
íntimo contato com as monjas guardiãs dos segredos desta linha obscura do
budismo mundial. Praticavam o absenteísmo das coisas mundanas como, por exemplo,
a posse de carros importados ou grandes somas em espécie. Mas para tal
precisavam o contato físico para negar sua existência. Entre as paredes do
monastério existiam vários modelos de bólidos esportivos produzidos pela Ferrari,
Lamborghini e Maserati. Além de maços e maços de dólares americanos. Passei uma
semana sob a tutela de uma monja que me ensiou as virtudes do não-ter.
Colocaram-me em tentação disponibilizando uma Ferrari F550, algumas malas com
maços de dólares e a própria monja desnuda. Confesso que falhei miseravelmente
nos testes. Em meu chateau, bebericando um cálice de primoroso vinho francês,
relembro daqueles momentos, saudoso. Ilusionários são os caminhos da
iluminação.
Direto de Kuala-Lumpur, Malásia: Na imagem ao lado retrato a monja que foi minha tutora no mosteiro em Aspen, enquanto estava
aprendendo as sábias lições do não-ter. Destas lições nasceu minha palestra “A
dicotomia tântrica dialética do não-ter e do não-ser. Uma abordagem holística”,
que deverá correr o mundo e feito sob medida para um público-alvo seleto.